Notícias São Brás: No passado dia 1 de junho, a Câmara inaugurou um Monumento aos Combatentes. Algumas dúvidas nos têm chegado em relação a quem se presta homenagem. Poderia clarificar?
Vitor Guerreiro: Foi assim que aconteceu: com uma especial satisfação, no passado dia 1 de junho, concretizámos um objetivo que há muito havíamos traçado e que ganhou mais ênfase quando há uns anos num diálogo com um colaborador do município, João Gonçalves, acolhemos uma ideia sua e começámos a projetar esta Homenagem. Mais recentemente o projeto tomou forma, no âmbito da iniciativa que tem sido desenvolvido sob coordenação do Pelouro do Património. Com esta obra de tão grande significado saldámos uma dúvida que tínhamos perante todos estes heróis anónimos que tantas vezes deram a sua vida em honra da pátria ou trouxeram a guerra para a sua vida, para todo o sempre, com danos irreparáveis para si e para a sua família. Este Monumento é o culminar da iniciativa de tributo aos combatentes que iniciámos em 2021, com a colaboração da junta de freguesia e da Liga dos Combatentes, cuja delegação são-brasense tem tido um extraordinário dinamismo e com uma adesão notável da nossa comunidade, que aqui gostaria de enaltecer. Gostaria ainda de deixar o meu reconhecimento à autora do projeto, arquiteta Marta Santos, a todos os técnicos do município que foram incansáveis e às duas empresas da terra que concretizaram este projeto: JG Benedito e filhos e Pedra Matizada, com a nobre pedra da região.
Permita-me então clarificar: este monumento pretende prestar homenagem a todos os combatentes são-brasenses, que ao longo dos tempos e nos mais diversos continentes honraram a pátria e contribuiriam para a paz, destacando os combatentes na I Grande Guerra, os combatentes na Guerra do Ultramar e, mais recentemente, em todas as missões pela paz, que decorrem até à atualidade, e onde muito honrosamente temos sido muito bem representados por militares são-brasenses. No monumento integrámos apenas os nomes daqueles que faleceram em combate, e que nos merecem esta justa e eterna homenagem. Lamentamos não ser possível identificar também todo os demais combatentes pela impossibilidade de ter conhecimento da sua totalidade.
Permita-me ainda esta oportunidade para informar que a Câmara Municipal criou uma medalha comemorativa que pretende ofertar a todos os combatentes, pelo que convidamos todos os que puderem e também os familiares daqueles que se encontrem impossibilitados de se deslocar e daqueles que já não se encontrem entre nós a deslocar-se à Câmara Municipal, junto ao Gabinete do Munícipe para receber esta medalha e, caso ainda não o tenham feito, para partilhar o seu testemunho.
NSB: Foi notícia que São Brás de Alportel dispõe agora de um heliporto. É apenas provisório ou permanente? Quer explicar-nos um pouco?
VG: É verdade, neste Verão, os meios aéreos para proteção da nossa floresta e combate aos incêndios florestais estão sediados no nosso concelho, o que deve constituir um enorme motivo de orgulho para todos os são-brasenses: temos 2 helicópteros em prontidão para defender a região.. A construção deste Heliporto – Centro de Meio Aéreos de São Brás de Alportel surgiu de um apelo lançado pelo Comando Regional da Proteção Civil, face à necessidade de reforçar a disponibilidade de meios na zona do sotavento algarvio dado que os heliportos de Loulé e Cachopo se encontravam inoperacionais. Perante esta realidade, prontamente colocámos mãos à obra, com o esforço incansável das equipas de trabalhadores da Câmara Municipal e a colaboração de um conjunto de entidades, desde logo o Instituto de Mobilidade e Transportes com quem realizaríamos um acordo para possibilitar esta utilização tão nobre do espaço. Gostaria de deixar agradecimentos especiais aos nossos Bombeiros Voluntários que prontamente acederam à retirada e relocalização do centro de treinos que funcionava naquele espaço e também ao Clube de Caçadores Vizinhos dos Machados, exemplar na sua atitude colaborante, facilitando com a disponibilização do seu espaço sede, que serve agora o Centro de Meios Aéreos durante este período de dispositivo de combate, durante o qual ocupam instalações provisórias.
Se é provisório ou permanente? A funcionar em exclusivo no centro e sotavento do algarve será uma situação provisória pois esperamos que na próxima época possam estar já em pleno funcionamento os heliportos de Loulé e Cachopo. No entanto, este espaço, com uma centralidade extraordinária, perto do aeroporto de Faro, bem servido de pontos de água e de acessos, será de forma permanente um novo reforço na estrutura de meios da proteção civil e poderá mesmo comportar algum meio aéreo nas próximas épocas. As infraestruturas criadas, com o investimento realizado serão permanentes, a proteção civil dispõe agora no seu mapa nacional e regional deste espaço que servirá como reforço e outros projetos nesta área estão já a ser estudados, de modo a rentabilizar da melhor forma este investimento e estes recursos.
Por falar em prevenção de incêndios florestais, aproveito a oportunidade para informar que estamos a avançar com a nossa estratégia de ação, está em curso a emprestada de limpeza de bermas que procura abranger todo o concelho, realizámos já algumas faixas de proteção na zona serrana e está em curso uma empreitada de caminhos, numa extensão superior a 50km.
Este ano damos continuidade também a todas as parcerias, entre as quais com a GNR para o funcionamento da Torre de Vigia da Menta e com o Exército para a Vigilância e Patrulhamento de toda a área serrana.
A verdade é que nunca se investiu também ao nível da proteção civil e na prevenção de incêndios.
NSB: Já avançou a obra em redor do Mercado. Qual o ponto de situação?
VG: As obras tiveram início na 2.ª quinzena de maio como havia informado no passado mês e avançam a bom ritmo, sabendo de antemão que se trata de uma obra exigente e com uma duração grande, que causará inevitavelmente alguns condicionamentos a moradores e aos estabelecimentos de comércio e serviços localizados nas zonas sob intervenção, pelo que desde já agradeço a melhor compreensão de todos. A realização da obram, estamos convencidos compensará. Este novo troço da grande estratégia de renovação urbana que tem vindo a modernizar a nossa vila, com mais segurança rodoviária, mais espaços verdes, melhor eficiência hídrica e acessibilidades para todos, virá trazer mais dinâmica ao nosso Mercado e ao nosso comércio e mais qualidade de vida e bem estar para todos, ao mesmo tempo que atrairá mais turismo e desenvolvimento económico. Recordo que está em curso a 1.ª fase deste grande projeto, num investimento que ronda os 500.000€ à qual se seguirá uma 2.ª fase, nas ruas a sul, nomeadamente António Rosa Brito.